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Participo junto com sr. Renzo do comitê de COVID da prefeitura de Paranapanema. Tenho percebido a justa pressão por parte do comércio pela abertura dos negócios, e o receio da área de saúde pelo número de casos no município e região aliado e orientado pelas sensatas diretrizes estaduais. Alguém tem que assumir a decisão do que pode e do que não pode no município, e essas decisões não são fáceis.
Os dados do Estado que acabei de enviar, mostram claramente que na Capital a situação está menos grave, e boa parte do interior, incluindo regionais de Sorocaba e Bauru, saíram da classificação amarela para a vermelha.
São Paulo é a unidade da federação com maior número de casos, e a situação só não é mais grave porque houve um investimento significativo em número de leitos de UTI, que em média no estado são 19,7 por 100.000 habitantes. Na regional de Bauru, são 9,1 por 100.000, em Avaré 4. Se esta semana 4 pessoas precisarem de UTI, Avaré estará com ocupação de 100%, como já ocorreu duas semanas atrás, e será procurar vaga em outro lugar mais distante.
Em recente pesquisa em São Paulo, com mais de 2.000 pessoas hospitalizadas, foi concluído que mais de 80% se contaminaram em reuniões familiares, churrascos, festas, cultos. Só 20% em meios de transporte, escritórios, fábricas, supermercados.
Apesar destes números, vejo claramente as pessoas menos preocupadas hoje do que alguns meses atrás, quando na verdade deveria ser exatamente ao contrário. As pessoas estão voltando a fazer reuniões familiares, churrasco com os amigos, cultos religiosos. Exatamente o que o vírus precisa para se propagar.
O vírus está chegando perigosamente perto da nossa comunidade, e se não redobrarmos os cuidados, algumas pessoas irão parar no Hospital. Sem direito a acompanhante ou visitas...
Na grande São Paulo e Rio de Janeiro, em torno de 30% das pessoas já foram contaminadas, a maioria sem sintomas, mas transmitindo para as pessoas mais próximas (familiares, amigos, colegas de trabalho) e dentro destes grupos alguns irão parar no Hospital. No Estado de São Paulo, estes amigos e familiares representam 400 óbitos por dia... Triste número.
Mas infelizmente, para nós seres humanos, números e estatísticas não nos tocam tanto quanto um familiar ou amigo infectado ou falecido. Todos esperamos não ter que passar por isso.
Após semanas, meses nos cuidando, é natural afrouxarmos e cansarmos de usar máscaras a todo momento, não poder visitar aquela pessoa querida, não poder conversar sem máscara. Mas precisamos ser firmes, por muitos meses ainda, até que no mínimo todas as pessoas de maior risco sejam vacinadas. Pois não queremos perde-las.
Na Cooperativa e outras empresas, a cada vez que algum familiar ou amigo da equipe é infectado, toda equipe próxima é testada para poder isolar as pessoas infectadas, ainda que assintomáticas, para não contaminar mais pessoas. Felizmente por enquanto só deu negativo. Recomendamos que se acontecer nas empresas particulares, grupos de amigos ou familiares, que se adote a mesma prática.
Peço encarecidamente que todos redobrem seus esforços. Daqui a um ano sentiremos orgulho pelo esforço que fizemos.
Por Simon Veldt
Presidente da Cooperativa Agro Industrial Holambra