“Nossos encontros são mensais e a participação das gestantes são de grande importância para que mamãe e bebês tenham um período de gestação saudável e tranquilo”. Disse Cristina Lobato coordenadora da UBS do CDHU.
O encontro aconteceu nesta terça, 29 e teve a participação de 9 gestantes que durante a reunião receberam informações sobre o período de gestação e tiveram ainda a oportunidade de tirar dúvidas.
Os temas abordados nesta reunião foram sobre a importância do pré natal, o pré natal dos homens, o calendário vacinal das mamães e puerpério (pós-parto), e sinais de alerta durante a gravidez.
Após a reunião um café da tarde foi oferecido para as gestantes que aproveitaram para trocarem ideias com um bate papo bastante informal.
As gestantes receberam roupinhas de lã, já prevenindo o frio que está chegando, certificado de participação e aquelas que não participaram da primeira reunião que aconteceu no dia 24 de abril, receberam também a bolsa gestante com produtos para o bebe.
Cristina Lobato informou que a próxima reunião do grupo está agendada para o dia 10 de julho, lembrando que a participação das mamães é fundamental para uma gestação tranquila.
O que é pré-natal para os homens?
Os homens, em sua grande maioria, tendem a se negar a realizar prevenção e autocuidado frente a problemas de saúde a que estão expostos; sendo assim, geralmente, a população que mais sofre com o agravamento de doenças e que procuram atendimento médico já nos estágios mais avançados.
Pensando nisso, foi criada pelo SUS a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) na tentativa de promover a procura de homens pelos serviços de saúde para prevenção de doenças, com qualidade de vida e evitar que elas se agravem e avancem.
Outra característica masculina é a ideologia de que o pré-natal é um atendimento em saúde de responsabilidade da gestante, sem necessidade de sua participação ativa e cooperativa.
Dessa maneira, essa política promove também participação do homem nos cuidados do pré-natal e do parto e tem como objetivo a paternidade responsável, presente e cuidadora.
Denominado de pré-natal masculino, o programa aborda os parceiros sexuais das grávidas com ações visando alguns benefícios como: maior aderência ao tratamento da sífilis e do HIV para redução de transmissão para o bebê pela não aderência dos parceiros ao tratamento.
Fortalecer e apoiar as famílias, ampliando o envolvimento dos homens no cuidado com a mãe, a criança e o adolescente; promover a paternidade afetiva com impacto importante no desenvolvimento físico, emocional e social dos filhos.
Facilitar e estimular o acesso do homem às ações e serviços de saúde; aumentar o autocuidado e contribuir com a redução das doenças agudas e ou crônicas, da mortalidade e a melhoria da qualidade de vida, também fazem parte do programa novo de saúde destinado aos homens.
Pretende-se que o pré-natal dos homens seja conduzido mediante objetivos pré-definidos para cada encontro e ocorra de maneira que o homem entenda a importância da sua participação.
Entende ainda quanto aos resultados positivos para eles mesmos; realizando os exames para identificar possíveis doenças e oferecer rotinas nos testes de HIV e Sífilis.
Orientar sobre o acompanhamento no pré parto, parto e pós-parto, fazer uma investigação sobre a idade, escolaridade, condições de vida, profissão, situação conjugal, histórico sexual e reprodutivo, uso de drogas lícitas ou ilícitas.
Observar a reação com a descoberta da gravidez da companheira, o entendimento sobre a paternidade e cuidado, orientar sobre métodos conceptivos, prevenção de DSTs, vacinações e serviços de saúde.
Importante ressaltar que este acompanhamento deve respeitar as possibilidades do homem, valorizar a capacidade como cuidador, além de incentivar o cuidado com sua própria saúde e consecutivamente o cuidado com a saúde da parceira e do bebê.
A avaliação dos resultados dos exames, a identificação dos tratamentos adequados e a inclusão nos grupos de temas dobre a masculinidade, gênero, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, são hábitos saudáveis incluindo a prevenção de violência, acidentes e direitos legais dos pais.
Mas tão importante quanto participar do acompanhamento nas consultas de pré-natal é entender que o nascimento é um momento único em que a presença do pai ou parceiro faz toda a diferença para a mulher, principalmente no que diz respeito à segurança que a mesma necessita e por ser, por muitas vezes, a única referência emocional da grávida.
O homem não é visita, e sim um agente/ator/parceiro permanente durante todo o processo da gestação e nascimento do bebê.
Para elucidação com relação ao pré-parto, parto e pós-parto, o homem tem o direito de acompanhar sua parceira, segundo a Lei Federal nº 11108/2005, porém ainda há uma distância entre a recomendação e a prática das maternidades, infelizmente, devido à falta de estruturas nas maternidades.
Por conseguinte, verifica-se outra importância das orientações no pré-natal masculino, preparar o pai ou parceiro para a sua presença na sala de parto encorajando-o, durante o trabalho de parto.
A interação às necessidades da parturiente exige que o homem de apoio por meio de conforto, presença contínua; massagem; encorajamento verbal; hidratação; banho e leves caminhadas.
Além disso poderá, após o nascimento: cortar o cordão umbilical; pegar o bebê e colocá-lo junto ao peito da mãe; assistir ou participar da higiene do bebê.
A presença do acompanhante no parto tem sido associada a resultados positivos, como a menor solicitação de alívio da dor, menor risco de cesárea ou de partos operatórios, menor risco de asfixia neonatal, menor avaliação pela mulher do parto como experiência negativa, maior satisfação com o parto, menos trauma perineal, menor risco de desmame precoce e de dificuldades com a amamentação no pós-parto, entre outros.
Portanto, com a implantação e adesão da população masculina ao pré-natal masculino espera-se alcançar a eliminação da sífilis congênita; a redução da transmissão vertical do HIV; o fortalecimento dos vínculos afetivos e a responsabilidade com a paternidade; o fortalecimento do vínculo dos homens com os serviços de saúde, repercussão na qualidade de vida.